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PSF? Super especialização? Fragmentação dos tratamentos?

  • Foto do escritor: ReMed
    ReMed
  • 14 de out. de 2020
  • 5 min de leitura

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~~ 1 ano de Medicina, Módulo 1, SP - 1


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Detectamos como problema:

· Distância

· Uso contínuo de 5 medicamentos

· Não existir médico de família

· D.Maria não enxergar bem e estar com as pernas fracas

· O efeito da mudança do medicamento

· Falta de médico generalista

· Super especialização

· Falta de vínculo médico-paciente

· Falta de SPF

· Falta de comunicação

· Idade avançada

Com base nos problemas identificados elaboramos hipóteses:

· A falta de PSF na região prejudica o acesso à saúde de D.Maria

· Falta de um sistema integrado de informação prejudica os pacientes, pois ocasiona uma má comunicação entre médico-médico e médico-paciente

· A interação dos remédios de D.Maria pode estar produzindo uma reação prejudicial à saúde da mesma

· A super especialização causa falta de médicos generalistas e PSF

· A falta de PSF causa falta de vínculo médico-paciente

· A necessidade de atender a demanda de pessoas aumentou e com isso gerou a super especialização ( tecnologia e remuneração)

· O método de ensino tradicional condiciona os médicos a permanecerem em hospitais

· A visão fragmentada das doenças acarreta na polifarmácia


Com as hipóteses prontas, analisamo-las e com base nela montamos questões:

1. O que é e como funciona o PSF?

2. Por que aconteceu o fenômeno de super especialização?

3. Como é a comunicação entre os médicos no SUS?

4. Por que a metodologia de ensino tradicional médica condiciona os médicos a permanecerem nos hospitais?

5. Como a fragmentação dos tratamentos acarreta na falta de vínculo médico-paciente e na polifarmácia?


Obs: o facilitador sugeriu que pesquisássemos o Relatório Flexner

Tivemos o intervalo de 1 semana para fazer a devida pesquisa e responder as perguntas.


RESPOSTAS:


1. O que é e como funciona o PSF?

Programa Saúde da Família (PSF), lançado em 1994, é um marco histórico de um novo modelo de assistência partindo da atenção primária, já que foi concebido para ser o primeiro acesso do usuário ao sistema de saúde e desenvolver o cuidado de forma integral, além de ampliar o acesso e cobertura. O programa apresentou crescimento de forma contínua e expressiva, principalmente em municípios de pequeno porte, e a partir de 1998 foi ampliado e passou a ser identificado como Estratégia Saúde da Família (ESF).


O Programa Saúde da Família (PSF) surge no Brasil como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial a partir da atenção básica, em conformidade com os princípios do Sistema Único de Saúde. Acredita-se que a busca de novos modelos de assistência decorre de um momento histórico-social, onde o modelo tecnicista/hospitalocêntrico não atende mais à emergência das mudanças do mundo moderno e, consequentemente, às necessidades de saúde das pessoas. Assim, o PSF se apresenta como uma nova maneira de trabalhar a saúde, tendo a família como centro de atenção e não somente o indivíduo doente, introduzindo nova visão no processo de intervenção em saúde na medida em que não espera a população chegar para ser atendida, pois age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenção.


Por modelo de atenção entende-se: "um conceito que estabelece intermediações entre o técnico e o político. Como uma dada concretização de diretrizes de política sanitária em diálogo com um certo saber técnico. Uma tradução para um projeto de atenção à saúde de princípios éticos, jurídicos, organizacionais, clínicos, socioculturais e da leitura de uma determinada conjuntura epidemiológica e de um certo desenho de aspirações e de desejos sobre o viver saudável. Modelo, portanto, seria esta coisa tensa, que nem é só política e tampouco só tecnologia".


Referência:

-ROSA, Walisete de Almeida Godinho, Programa saúde da família: a construção de um novo modelo de assistência, Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.13 no.6 Ribeirão Preto Nov./Dec. 2005, acesso: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692005000600016


2. Por que aconteceu o fenômeno de super especialização?

O crescimento da incorporação da alta tecnologia na esfera da prática médico-hospitalar teve como consequência à valorização dos médicos especialistas. A visão de uma doença se tornou cada vez mais microscópica e molecular e para combatê-la tornou-se necessário tecnologias mais focais que permitissem visualizar e atingir com precisão minúsculas estruturas localizadas em diferentes tecidos e órgãos do ser humano. A aquisição de habilidades técnicas passou as ser indispensável no processo de formação profissional e as constantes inovações tecnológicas passaram a demandar treinamento constante, educação permanente e dedicação prática exclusiva.


- Não referenciado


3. Como é a comunicação entre os médicos no SUS?

O ministério da Saúde em 2018 começou um programa de implementação do prontuário eletrônico (e-SUS AB) nas unidades de saúde, com o objetivo de integrar os dados do paciente em uma rede online que pode ser acessada de qualquer unidade e com isso o médico terá acesso as prescrições de medicamentos, exames, consultas, disponibilidade de remédios e registro da visita de agentes de saúde. Contudo em algumas unidades de saúde que não contam com o e-SUS AB os médicos se comunicam com a área de observações que existe atrás do prontuário médico.


Referência:

-Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde, O que é Prontuário Eletrônico do Cidadão?, Data de publicação: 19/01/2017. Acesso: http://aps.saude.gov.br/noticia/2300



4. Por que a metodologia de ensino tradicional médica condiciona os médicos a permanecerem nos hospitais?

Após o relatório Flexner a forma de ensino foi alterada e com isso os estudantes da área médica foram condicionados a um ensino em que trabalhar em hospitais faz o aluno se sentir na área de conforto, pois não há necessidade de criar vínculos com o paciente, há uma alta remuneração e status. Os estudantes aprendem em hospitais e com isso já estão acostumados com o ambiente e suas tecnologias, o que muitas vezes não existe na área pública e com isso eles preferem permanecerem em hospitais após se formarem.


Referência:

-PAGLIOSA, Fernando Luiz, O relatório Flexner: para o bem e para o mal, Rev. bras. educ. med. vol.32 no.4 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2008. Acesso: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022008000400012



5. Como a fragmentação dos tratamentos acarreta na falta de vínculo médico-paciente e na polifarmácia?

Com o avanço da medicina a doença começou a ser encarada como uma entidade separada, sendo o corpo pensado como um conjunto de sistemas que se relacionam, mas que são independentes. Ao buscar a causa da doença ocorreu, com o tempo, o pensamento reducionista e a visão materialista do ser humano . Com esse viés, os significados emocionais e existenciais da vida do paciente começaram a ser desconsiderados e isso acarretou na perda de sentido integrado do indivíduo com os vários aspectos da sua vida e impede o entendimento sobre as reais causas das doenças, devido a falta de aprofundamento em relação ao paciente. Além disso, muitos médicos se associam com as grandes multinacionais da indústria farmacêutica, criando a indústria da doença, na qual o foco não é mais o doente e sim a doença, o que na maioria das vezes gera a polifarmácia.


Referência:

-Artigo (publicado no site www.scielo.br): O significado de saúde e doença para o aluno de medicina ao longo da graduação: Estudo exploratório entre alunos da Unifesp-EPM



Essa foi a primeira atividade que eu fiz como aluna de medicina. Quando as questões foram montadas eu não achei que seria difícil achar as respostas, porém conforma eu fui pesquisando eu comecei a perceber que essa era a pontinha do iceberg e que eu não sabia se eu precisaria pesquisar mais ou estava de bom tamanho... Quando nos reunimos para debater as resposta eu percebi que todos nós tínhamos esse sentimento e que tudo bem não aprofundar muito agora, nossa metodologia é constituída da espiral do conhecimento, o que isso significa? Bom vemos um mesmo assunto em fases diferentes da medicina. Então esses assuntos serão abordados novamente, porém em uma nova perspectiva e mais aprofundada.

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